terça-feira, 26 de março de 2013

Acordo ortográfico de 2009

O Novo Acordo Ortográfico está em vigor desde janeiro de 2009. De lá para cá, como usuários da língua portuguesa, nós passamos por um período de adaptação, para que pudéssemos nos adequar às mudanças. Esse período perdurou até janeiro deste ano; então, agora, já é preciso darmos atenção ao uso das novas regras em textos escritos. Isso vale para os textos que você produz em seu dia a dia, na sua sala de aula e também para a redação do vestibular! Para ficar por dentro das novas regras, será interessante você relembrar alguns conteúdos de suas aulas de Língua Portuguesa, como a acentuação gráfica, o uso de prefixos e o uso do hífen. Veja, a seguir, um esquema que mostra o que mudou em nossa língua escrita com o novo acordo ortográfico. 1. Trema Diferentemente do que muitos pensam, o trema não é um acento gráfico. Esse sinal, que era usado sobre o U (“linguiça”), foi abolido pelo novo acordo em todas as palavras do português: linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico. Observação: isso não vale para nomes que provêm de língua estrangeira: Günter, Bündchen, müleriano. 2. Regras de acentuação A acentuação sofreu algumas mudanças. O quadro abaixo apresenta um resumo das regras de acentuação de nossa língua e mostra quais foram as mudanças, pois elas não atingem todas as regras! Classificação da palavra quanto à acentuação Quando acentuar Exemplos (como eram) Observações e exemplos (como ficaram) Proparoxítonas sempre simpática, sólido, cômodo, lâmpada Continua tudo igual ao que era antes do acordo ortográfico. Paroxítonas Se a palavra termina em: R, X, N, L, I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, Ã e ÃOS; ou em ditongo, seguido ou não de S fácil, táxi, tênis, hífen, álbum(ns), vírus, caráter, látex, bíceps, ímã, órfãs, bênção, órfãos, cárie, distância, árduos, pólen. Continua tudo igual. Oxítonas Se a palavra termina em: A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS sofá, igarapé, avô, avós, refém, parabéns Continua tudo igual. Monossílabos tônicos (são oxítonas também) Quando terminam em A, AS, E, ES, O,OS vá, pás, pé, mês, pó, pôs Continua tudo igual. Í e Ú em palavras oxítonas e paroxítonas Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos na sílaba (hiato) saída, saúde, miúdo, aí, Araújo, Esaú, Luís, Itaú, baús, Piauí Atenção: *Esta regra é nova: nas palavras paroxítonas, o i e u não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura. *Mas, se o i e u forem seguidos de s, a regra se mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís. *Já nas palavras oxítonas, mesmo com ditongo, o i e u são acentuados: tuiuiú, Piauí, teiú. *Não se acentuam i e u se estiverem antes de ‘nh‘: rainha, tainha, moinho. Ditongos abertos em palavras oxítonas ÉIS, ÉU(S), ÓI(S) papéis, herói, heróis, troféu, céu, mói (moer) Continua tudo igual. Ditongos abertos em palavras paroxítonas EI, OI, idéia, colméia, celuloide, bóia Esta regra desapareceu para palavras paroxítonas. Escreve-se agora sem acento: ideia, colmeia, celuloide, boia. Verbos arguir e redarguir (agora sem trema) Os verbos arguir e redarguir eram acentuados em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo. Esta regra desapareceu. Os verbos arguir e redarguir perderam o acento em várias formas: *eu arguo (a pronúncia é ‘ar-gú-o’, mas, na escrita, não se acentua); *ele argui (a pronúncia é’ ar-gúi’, mas sem acento na escrita). Verbos terminados em guar, quar e quir aguar enxaguar, averiguar, apaziguar, delinquir, obliquar usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo. Esta regra sofreu alteração. Observe:. *Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando a ou i tônicos, aí acentue estas vogais: eu águo, eles águam e enxáguam a roupa (o ‘a’ é tônico); eu delínquo, eles delínquem (o ‘í’ é tônico). tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas. *Se a vogal tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado: Eu averiguo (diga averi-gú-o, mas não acentue); eu aguo a planta (diga a-gú-o, mas não acentue). ôo, êe vôo, zôo, enjôo, vêem Esta regra desapareceu. Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo, voo. Verbos ter e vir na terceira pessoa do plural do presente do indicativo eles têm, eles vêm Continua tudo igual. Ele vem aqui; eles vêm aqui. Eles têm sede; ela tem sede. Derivados de ter e vir (obter, manter, intervir) *Na terceira pessoa do singular leva acento agudo; *na terceira pessoa do plural do presente, acento circunflexo ele obtém, detém, mantém; eles obtêm, detêm, mantêm Continua tudo igual. Acento diferencial Esta regra desapareceu, EXCETO para os verbos: *PODER (diferença entre passado e presente); Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje. *PÔR (diferença entre o verbo ‘pôr’ e a preposição ‘por’): Vamos por um caminho novo, então vamos pôr casacos; O que mudou: *Perdem o acento as palavras compostas com o verbo ‘parar’: Para-raios, para-choque. * Na palavra ‘forma’ (de bolo): o acento será opcional; se possível, deve-se evitá-lo: Comprarei a forma para pudim, cuja forma de pagamento é parcelada. 3. Regras de uso do hífen Vale para palavras que tenham PREFIXOS OU FALSOS PREFIXOS Vogais iguais Usa-se o hífen quando o prefixo TERMINA e o segundo elemento INICIA com a mesma vogal: anti-ibérico, contra-almirante, micro-ondas, anti-inflamatório. OBSERVAÇÃO: os prefixos co, pro, pre, re se juntam ao segundo elemento, ainda que este inicie pelas vogais o ou e: coorganizar, coautor, coirmão, cooperar, preenchimento, preexistir, preestabelecer, proeminente, reeducação, reeleição, reescrita. Vogais diferentes Não se usa o hífen quando o prefixo termina e o segundo elemento inicia com vogais diferentes: autoescola, autoajuda, autoafirmação, semiaberto, semiárido, contraordem, contraindicação, extraoficial, intraocular, semiaberto. Consoantes iguais Usa-se o hífen se a consoante do final do prefixo for igual à do início do segundo elemento: inter-racial, super-revista, hiper-raquítico, sub-brigadeiro. Se o segundo elemento começa com s ou r: Não há hífen quando o prefixo termina com vogal e segundo elemento começa com s ou r; nesse caso, duplicam-se as consoantes: microrregião, minissaia, ultrassecreto, ultrassom. Se o segundo elemento começa com m, n, com vogais ou com h, m, n. Usa-se o hífen: se o primeiro elemento, terminado em m ou n, unir-se com as consoantes h, m ou n: circum-murado, circum-navegação, pan-hispânico, pan-africano, pan-americano. Prefixos ex, sota, soto, vice Usa-se hífen: ex-almirante, ex-presidente, sota-piloto, soto-pôr, vice-almirante, vice-rei. Prefixos pré, pós, pró Usa-se hífen: pré-escolar, pré-nupcial, pós-graduação, pós-tônico, pós-cirúrgico, pró-reitor, pró-ativo, pós-auricular. Prefixo terminado em vogal ou r e b e o segundo elemento se inicia com h. Usa-se o hífen: anti-herói, inter-hemisférico, sub-humano, anti-hemorrágico, bio-histórico, super-homem, giga-hertz, poli-hidratação, geo-história. Sufixos de origem tupi Usa-se o hífen com sufixo de origem tupi, quando a pronúncia exige distinção dos elementos: Ceará-mirim, capim-açu, amoré-guaçu. Material elaborado com base em: BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008. GUDIN, Márcia. Reforma ortográfica. Disponível em http://www.reformaortografica.net/category/mudancas/prefixos-e-falsos-prefixos/. Acesso em 7 mar. 2012.

Gêneros textuais

1. Realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas; 2. Constituem textos empiricamente realizados cumprindo funções em situações comunicativas; 3. Sua nomeação abrange um conjunto aberto e praticamente ilimitado de designações concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função; 4. Exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo virtual, aulas virtuais etc. Fonte: MARCUSCHI, L.A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A.P.; MACHADO, A.R.; BEZERRA, M.A. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro, Lucerna, 2002.

CONCORDÂNCIA VERBAL – TEORIA

I – REGRA GERAL DE CONCORDÂNCIA O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Exemplos: Essa infração implicará multa. Faltam dez minutos para o início do julgamento. Bastam duas horas para a realização da prova. II  VERBOS EXISTIR/OCORRER/REALIZAR-SE X HAVER As frases “Havia muitas desavenças entre eles” e “Existiam muitas desavenças entre eles”, embora sejam semanticamente equivalentes, apresentam estruturas sintáticas muito diferentes. Na primeira frase, aparece o verbo impessoal haver, cujo complemento (objeto direto) é muitas desavenças entre eles. Já na segunda frase, muitas desavenças entre eles é o sujeito do verbo existir, que é um verbo intransitivo, isto é, não requer complemento. Verifica-se a mesma diferença estrutural se compararmos as frases “Houve dois acidentes na BR 116” e “Ocorreram dois acidentes na BR 116”. O verbo haver permanece na terceira pessoa do singular porque é impessoal, ou seja, não tem sujeito. O verbo ocorrer, ao contrário, está flexionado na terceira pessoa do plural porque a expressão “dois acidentes” é o seu sujeito e, conforme a regra geral de concordância, o verbo sempre concorda com o sujeito, quando este existir. Para que não se infrinja a norma culta, deve-se ter presente que o verbo haver, no sentido de existir, ocorrer e realizar-se, ficará sempre na terceira pessoa do singular, já que é impessoal, ao passo que os verbos existir, ocorrer e realizar-se sempre terão sujeito, com o qual deverão concordar. III  SUJEITO PACIENTE X SUJEITO INDETERMINADO Muitos falantes empregam indistintamente as seguintes estruturas: VTD + SE + SUJEITO E VTI + SE + OI ou VI + SE + (ADJUNTO ADV.). Para esses falantes, as frases “Revisam-se trabalhos científicos” (1) e “Precisa-se de professores de português”(2) têm a mesma estrutura; por isso, empregam o verbo da primeira frase no singular (Revisa-se). Há, porém, uma grande diferença na estrutura dessas duas frases. Na frase (1), trabalhos científicos é o sujeito paciente e o pronome se denomina-se partícula apassivadora. Respeitando a regra geral de concordância – o verbo concorda com o sujeito , o verbo revisar deve ser, segundo a gramática normativa, flexionado no plural. Cabe ressaltar que essa estrutura, denominada voz passiva sintética, só ocorre com verbos transitivos diretos. Na frase (2), de professores de português é o objeto indireto. O pronome se, junto de verbos transitivos indiretos ou intransitivos, é o índice de indeterminação do sujeito. O sujeito é indeterminado e o verbo fica na terceira pessoa do singular. IV – VERBOS IMPESSOAIS São empregados sempre na terceira pessoa do singular. São eles: a) verbo haver, no sentido de existir, ocorrer, realizar-se, ou indicando tempo decorrido. Exemplo: Havia muitas pessoas no tribunal. b) verbo fazer, indicando tempo. Exemplos: Faz dois anos que não a vejo. Fez cinco graus na serra gaúcha. c) verbos que expressam fenômenos naturais: chover, nevar, gear, ventar, relampejar, trovejar... Exemplo: Chove muito no inverno. Obs.: Quando esses verbos são empregados em sentido conotativo, variam conforme o sujeito. Exemplo: Choveram asneiras naquela prova. c) verbos chegar + de, passar + de, bastar + de. Exemplos: Chega de tolices. Basta de ofensas. Já passa das dez horas. Se o verbo impessoal vier acompanhado de um verbo auxiliar, este será contaminado pela impessoalidade do verbo principal, isto é, ficará na terceira pessoa do singular. Exemplo: Deve haver sérias razões para seu afastamento do cargo. V – VERBOS SOAR, BATER, DAR Concordam normalmente com o sujeito. Exemplos: Soaram dez horas no relógio da matriz. Soou dez horas o relógio da matriz. VI – NOMES COLETIVOS NO SINGULAR Exigem o verbo no singular. Exemplo: A quadrilha de assaltantes foi presa. VII – COLETIVOS PARTITIVOS Com coletivos partitivos (a maioria de, uma parcela de, grande parte de...) pode-se empregar o verbo na terceira pessoa do singular ou do plural, mas pertence mais ao registro formal o uso do singular. Exemplo: A maioria dos alunos assistiu/assistiram à palestra. VIII – NOMES NO PLURAL Exigem o verbo no plural somente se estiverem acompanhados de determinante no plural; caso contrário, o verbo fica no singular. Exemplos: Santos fica em São Paulo. Os Estados Unidos são um país democrático. Meus óculos desapareceram. Itens não recebe acento gráfico. IX – NOMES DE OBRAS ARTÍSTICAS Mesmo sendo acompanhadas de determinante no plural, os nomes de obras artísticas devem deixar o verbo no singular. Quando se trata de obras literárias e clássicas, o gramático Luiz Antônio Sacconi observa que também é preferível usar o verbo no singular. Exemplo: “Os sertões” engrandeceu a nossa literatura. X – PRONOMES QUE E QUEM O pronome que não interfere na concordância; o pronome quem exige o verbo na terceira pessoa do singular. Exemplos: Fui eu que fiz o trabalho. Fui eu quem fez o trabalho. XI – UM DOS QUE/NENHUM DOS QUE OU NEM UM DOS QUE Exigem o verbo obrigatoriamente no plural. Exemplos: Ele é um dos que votaram contra o projeto. Nenhum dos que se candidataram à direção têm competência para o cargo. XII – SUJEITOS LIGADOS POR OU 1. Se a conjunção OU indicar exclusão ou retificação, o verbo concordará com o núcleo do sujeito mais próximo. Exemplo: Pedro ou Leonardo será o diretor da escola. 2. Se houver alternância por inclusão no sujeito, o verbo será flexionado no plural. Exemplo: O amor ou o ódio exagerados podem ter consequências negativas. XIII – NÚCLEOS DO SUJEITO UNIDOS POR NEM. Usa-se comumente o verbo no plural, sendo admissível também a concordância no singular, principalmente quando o verbo precede o sujeito. Exemplos: Nem a riqueza nem o poder o libertarão. Não o convidei (convidamos) nem eu nem minha esposa. XIV – NÚCLEOS DO SUJEITO NO INFINITIVO O verbo concordará no plural se os infinitivos forem determinados por artigo ou expressarem ideias opostas; caso contrário, pode-se empregar o verbo no singular ou no plural. Exemplos: Rir e chorar fazem parte da vida. Cantar, dançar e representar faz (fazem) sua alegria. XV – MAIS DE, MENOS DE, CERCA DE, PERTO DE. O verbo concorda com o numeral que acompanha tais expressões. Exemplos: Mais de um aluno chegou atrasado. Cerca de mil pessoas estão desabrigadas. XVI  UM OU OUTRO. Exige o verbo no singular. Exemplo: Um ou outro aluno apareceu na festa. XVII – SUJEITO ORACIONAL O verbo permanece na terceira pessoa do singular. Exemplo: Consta que todos apoiaram a decisão. Bibliografia consultada BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37.ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999. CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa – Novo Acordo Ortográfico. 48. ed. São Paulo: Nacional, 2009. CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 3. ed. rev. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática completa: teoria e prática. 29. ed. São Paulo: Nova Geração, 2008.

A Personagem de ficção, Antonio Candido

Personagem no Romance: -Quando pensamos em enredo, pensamos em personagem; -Na vida que vivem; -A personagem representa a possibilidade de adesão afetiva e intelectual do leitor; -A personagem parece o que há de mais vivo no romance. Pessoa e Personagem: -A personagem é um ser fictício; -O romance se baseia na relação entre o ser vivo e o ser fictício, expressa pela personagem; -O conhecimento dos seres é fragmentário; -No romance moderno, há o predomínio da incomunicabilidade entre as personagens. Universo do Romance: -O romance retoma o modo fragmentário como percebemos os seres humanos e constrói as personagens; -Na vida, a visão fragmentária é imanente; no romance, ela é estabelecida racionalmente pelo escritor; -No romance, o escritor estabelece a lógica da personagem; A marcha do romance moderno foi no rumo de uma complicação crescente da psicologia das personagens; -Revolução do romance no século XX – passagem de um enredo complicado com personagens simples para um enredo simples (coerente, uno) com personagem complicada. Personagens de costume: -Traços distintivos; -Caricatura; Cômicos, pitorescos, invariavelmente sentimentais ou acentuadamente trágicos. Personagens de natureza: Traços superficiais; Modo íntimo de ser; Existência profunda. Mauriac: -As personagens não correspondem a pessoas vivas, mas nascem delas; Há uma relação estreita entre a personagem e o autor; 1. disfarce leve do romancista; 2. cópia fiel de pessoas reais; 3. inventadas, a partir de um trabalho especial sobre a realidade; -A personagem é basicamente uma composição verbal, uma síntese de palavras, sugerindo certo tipo de realidade; -A combinação adequada dos traços dados às personagens é que garante a verossimilhança dos seres fictícios.

Etapas da exploração de textos narrativos

DISCIPLINA: Língua e Literatura na Escola PROFESSORA: Celia Doris Becker ETAPAS DA EXPLORAÇÃO DE TEXTOS NARRATIVOS 1- Leitura compreensiva ( compreensão prévia) 1.1 – Objetivo: Identificar o que o texto diz: O que diz o texto? Como chegar à compreensão do que o texto diz? Através de atividades de leitura, concebidas, a partir de diferentes estratégias. Obs.:Estratégias de leitura são definidas de acordo com o texto e com a realidade do aluno. 2- Leitura analítica: 2.1 – Objetivo: Identificar os procedimentos da composição do texto que são fundamentais para sua significação: como o texto diz aquilo que diz? Análise dos elementos da narrativa: - História • Ações: sequencialidade da macroestrutura e dos episódios; • Personagens: relevo ou importância, caracterização, correlação entre eles, natureza simbólica; • Tempo e espaço: dados de localização tempo-espacial. - Discurso: • Narrador: caracterização, posicionamento ideológico; • Discurso: modalidades (direto, indireto e indireto-livre) e emergência das diferentes vozes, do narratário e das personagens; • Representação da criança e do real; • Tratamento dispensado à temporalidade (retardamento, elipses, antecipações,...) 3 – Leitura interpretativa: 3.1 – Objetivo: Justificar ou não a compreensão prévia, isto é, a interpretação primeira: a compreensão do texto pode ser sustentada pela análise crítica de seus elementos? Confronto dos dados da análise do texto com a compreensão primeira para definir a interpretação do texto. 4 – Leitura contextual 4.1 Objetivo: Fundamentare a interpretação em dados do contexto estético-histórico- cultural do momento da produção da obra. Correlação da interpretação com a biografia do autor, com o contexto estético- histórico-cultural e com a crítica sobre a obra. 5- Atividades criativas: 5.1 – Objetivo: Expandir o espaço da significação do texto para o universo dos sentidos: como o texto se relaciona com outros textos e com a realidade do leitor atual? - Correlação de textos com outros literários (poemas, contos,...) e com textos de outras linguagens (filmes, quadros, fotografias); - Proposta de produção textual.